O Senhor havia criado tudo perfeito e viu que tudo muito bom (Gn 1-2)! A criação manifestava de forma perfeita a glória do Criador! O homem foi criado a imagem e semelhança do Senhor para governar o mundo para Ele. Adão desfrutava de um estado de realeza, pois governavam para Deus, a criação; exercia o oficio de profeta, porque recebia de Deus as ordens e transmitia para a criação e para Eva; o oficio de sacerdote, porque representava a criação diante do Criador. Era uma relação perfeita e harmônica!
Encontramos em Gênesis 3.15, onde Deus amaldiçoa a Serpente por ter sido usada por Satanás. O rastejar deste animal simbolizaria a derrota decretada do Diabo. Se observarmos no texto existe uma ordem invertida de funções estabelecida por Deus; a mulher que deveria liderar a serpente, por ser esta parte da criação debaixo do domínio da humanidade, é dominada (Gn 3.1-5); a esposa que deveria ser liderada pelo esposo, mas é ela que o lidera (Gn 3.6). Todas as funções estabelecidas pelo Criador foram invertidas na Queda! As maldições dadas por Deus seguem a mesma sequencia da desobediência: primeiro a serpente é amaldiçoada (Gn 3. 14-15); segunda é a mulher (Gn 3. 16); em terceiro e último, Adão (Gn 3.17-19).
Encontramos em Gênesis 3.15, onde Deus amaldiçoa a Serpente por ter sido usada por Satanás. O rastejar deste animal simbolizaria a derrota decretada do Diabo. Se observarmos no texto existe uma ordem invertida de funções estabelecida por Deus; a mulher que deveria liderar a serpente, por ser esta parte da criação debaixo do domínio da humanidade, é dominada (Gn 3.1-5); a esposa que deveria ser liderada pelo esposo, mas é ela que o lidera (Gn 3.6). Todas as funções estabelecidas pelo Criador foram invertidas na Queda! As maldições dadas por Deus seguem a mesma sequencia da desobediência: primeiro a serpente é amaldiçoada (Gn 3. 14-15); segunda é a mulher (Gn 3. 16); em terceiro e último, Adão (Gn 3.17-19).
Nesse
contexto de maldições, na mesma ordem da desobediência que encontramos no texto, é manifestado a graça
e esperança para a Adão e Eva e seus descendentes (Gn 3.15): “Porei inimizade
entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te
ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Temos aqui o primeiro relato da boa notícia da
redenção, conhecido como “proto-evangelho” ou "primeiro Evangelho". Vejamos algumas
considerações fundamentais desta passagem:
·
Primeiro, o SENHOR continua sendo soberano após a
Queda. A humanidade deixou o status real, mas Deus não. Ele procurou
soberanamente os pecadores caídos; provocou a confissão deles, mas não
confessaram. Logo, Ele proclamou seu plano de redenção e restauração, pelo qual
sua autoridade e poder sobre o tentador seriam plenamente demonstrados.
·
Segundo, Ele proclama também o seu eterno amor, que
antes não havia sido revelado. Um amor pelo ofensor, pelo culpado. O termo
“Graça” é a palavra usada para essa dimensão de amor redentor! Foi isso que
Paulo disse aos crentes de Roma (Rm 5.8): “Mas Deus prova o seu próprio amor
para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda
pecadores.”
·
Terceiro, Deus revela sua justiça ao tratar o tentador
como seus atos o fazem merecer. Isso é manifestação de graça de Deus, a punição
final do tentador. Somente para o tentador é prometido uma maldição
destruidora, para a mulher dores no parto; para o homem suor; para a criação
distorções.
Como
a maternidade continuará, a promessa é feita a Adão e Eva da vinda de um
descendente que vencerá a Serpente de uma vez por todas. Essa semente via
continuar a governar a criação, exercendo parcialmente a realeza, até que venha
aquele que restaurará o homem ao seu status real inicial, Cristo!
Paulo
afirmou posteriormente que por meio de Adão entrou o pecado e a morte, essa
morte passou a todos os homens (Rm 5. 12). A morte e a condenação eterna faz
parte da natureza do homem após Adão. A mulher, o homem, a serpente e o mundo
foram amaldiçoados (Gn 3.13-19). Esse capítulo nos conta que o homem e a mulher
desejaram e cobiçaram um estado de divindade, e que num momento terrível da
história do nosso planeta, eles escolheram esse estado em vez de se contentarem
com o seu estado de vice gerentes. Eles escolheram ser independentes em relação
ao seu Criador. Mas não fomos projetados para viver assim, e o resultado dessa
escolha foi uma queda – uma queda colossal.[1]
Temos
nessa passagem condenação do homem, como foi exposto, mas temos também uma
promessa de redenção ou de um Redentor Vindouro que vencerá o Diabo e a morte
de uma vez por todas! A semente é ainda uma pequena promessa que florescerá
progressivamente na Escritura ao longo da história. Contudo, esta promessa
ainda como semente é tão verdadeira quanto a arvore, o clímax da revelação,
Cristo (Hb 1.2-3). Os que creram nessa promessa redentora foram salvos pela
graça, conforme podemos ver os casos de: Abel
(Gn 4.4; Hb 11.4); Enoque (Gn
5.22; Hb 11.5); Noé (Gn 6. 8-9; Hb 11.7). Todos estes contavam apenas com a
promessa do Redentor de Gênesis 3.15, sendo esta promessa suficiente para serem
salvos e andarem com Deus. Olharam para Cristo, como Autor e Consumador da Fé
(Hb 12.2) e por isso foram salvos. Creram na promessa do Redentor Vindouro.
Em Gênesis 3.15 existem vários
aspectos escatológicos:
·
Essa obra messiânica será cumprida no futuro, nascerá
um descendente da mulher.
·
Haverá um tempo que acontecerá o esmagamento do
tentador de forma absoluta.
·
É uma vitória que exige autoridade e poder real e
soberano do seu executor. O descendente sairá de uma mulher, que ainda carrega
“status reais”.
·
É uma vitória substitucionária, que será ganha em
favor de outros.
Nada
é dito sobre como será, os detalhes, o tempo, os meios, mas é feita uma
promessa de vitória absoluta, que parece que Eva acreditava nessa promessa (Gn
4. 1)
Paulo
diz em Romanos 16.20 que Deus em breve esmagará debaixo dos nossos pés a
Satanás. Cristo o venceu na cruz e a morte na ressurreição, mas esta vitória
será consumada na Segunda Vinda de Cristo (1 Co 15. 54-57). É a tensão do “Já e ainda não” que o Novo Testamento
nos apresenta, que “já” desfrutamos
de realidades das conquistas de Cristo, mas “ainda
não” desfrutamos de todas elas. No Antigo Testamento existia a grande
expectativa da vinda do Redentor e no Novo Testamento temos o cumprimento
parcial dessa promessa e profecias do cumprimento absoluto.
Sobre
a promessa do Redentor em Gênesis 3.15 temos um comentário pertinente de
Hoekema:
“Poderíamos dizer
que, nesta passagem, Deus revela resumidamente todo o seu propósito salvifico
para com o seu povo. A história da salvação, posterior, é um desdobramento do
conteúdo desta “promessa mãe”. A partir deste ponto, tudo na revelação do
Antigo Testamento olha para frente,
aponta para a frente, e ansiosamente aguarda o redentor prometido.”[2]
Em
Gênesis 22.17-18 esse descendente da mulher é chamado de descendente de Abraão.
O SENHOR diz para Abraão que nessa descendência serão abençoadas todas as
famílias da terra (verso 18). Existe aqui uma ampliação da promessa da vinda do
Redentor. É a progressividade da revelação!
Já em Gênesis 49. 10 a profecia do
Redentor toma direções mais especificas ainda, afirmando que será um
descendente de Judá, sairá dessa tribo, e os povos o obedecerão. Passado
tempos, o Senhor fornece ainda mais detalhes dessa promessa, dizendo que será
um descende de Davi, terá um reino eterno (2 Sm 7. 12-17).
Com todas essas profecias do povo do
Antigo Testamento aguardavam um Redentor Vindouro que teria em si mesmo três
ministérios especiais:
·
Profeta (Dt 18.15)
·
Sacerdote (Sl 110.4)
·
Rei (Zc 9.9)
O Redentor Vindouro era aguardado como sendo o auge e o cumprimento
de todos os três ministérios especiais, afirma Hoekema.[3] A
vinda do Redentor é muitas vezes é dito como a vinda de Deus (Is 9.6). Deus
esta presente plenamente, com propósitos redentores, no rei Messiânico. Para
Isaias o Redentor é o Servo Sofredor de Jeová. Significa que o Redentor teria
que sofrer para redimir o seu povo.
O crente do Antigo Testamento olhava para o futuro aguardando
a vinda do Redentor de várias maneiras, para redimir o seu povo, e para ser uma
luz para os gentios. O apóstolo Pedro esclarece bem essa perspectiva dos
crentes do Antigo Testamento com relação a vinda do Redentor, Cristo (1 Pe 1.
10-11): “Foi a respeito desta salvação
que profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a
vós outros destinada, investigando atentamente qual a ocasião ou quais as
circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo que neles estava,
ao dar antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as
glórias que os seguiriam.”
Nós desfrutamos da mesma esperança, a diferença é que temos
maiores detalhes da vinda do Redentor e aguardamos apenas uma ultima e definitiva
vinda! Prossigamos para o alvo, para o prêmio da soberana vocação em Cristo (Fl
3. 14)! E como afirmou o apostolo Paulo
(Rm 13. 11): “...já é hora de vos
despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que
quando no principio cremos.”
Reverendo Márcio Willian Chaveiro