A grande expectativa dos
pensadores pós modernos é de um tempo de felicidade, de uma nova era, uma época
sem conflitos, sem lutas, sem intolerância religiosa, em que as pessoas possam
expor suas opiniões entendendo que suas opiniões não podem ser consideradas
absolutas e por isso devem ser aceitas as outras opiniões como “Verdade
Subjetiva” porque se é verdade pra você
e lhe traz paz, felicidade e prazer, não se incomode, viva intensamente o que
sente, porque o importa é ser feliz! O grande cantor Lulu Santos, em sua música
“Tempos Modernos” expressa bem essa esperança:
Eu vejo a vida melhor no
futuro
Eu vejo isso por cima de um muro
De hipocrisia que insiste em nos rodear
Eu vejo isso por cima de um muro
De hipocrisia que insiste em nos rodear
Eu vejo a vida mais
clara e farta
Repleta de toda satisfação
Que se tem direito do firmamento ao chão
Repleta de toda satisfação
Que se tem direito do firmamento ao chão
Eu quero crer no amor
numa boa
Que isso valha pra qualquer pessoa
Que realizar a força que tem uma paixão
Que isso valha pra qualquer pessoa
Que realizar a força que tem uma paixão
Eu vejo um novo começo
de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim do que não, não, não
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim do que não, não, não
Hoje o tempo voa, amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo que volte, amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir[1]
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo que volte, amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir[1]
Outra
música que me vem à mente é do Raul Seixas “Metamorfose Ambulante” que combate
a ideia de ter posicionamentos fixos, absolutos, características próprias do
iluminismo e cristianismo, uma era baseado na razão pura, e outro na fé na
Revelação da Escritura. Essa realidade segundo a letra da música, faz parte de
um tempo passado, e atrasado:
Prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha
opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Eu quero dizer
Agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante...
Agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante...
Do que ter aquela velha
opinião
Formada sobre tudo
Formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor...
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor...
Essas
músicas tem algo em comum, uma ideologia de que a busca subjetiva por
felicidade seja o alvo ideal! A época do cristianismo passou bem como suas
certezas e absolutos, o iluminismo com sua confiança na razão como meio de se
encontrar a verdade, afirmam os pós modernos, a verdade não é possível de ser
encontrada de forma objetiva.[3]
Eles preferem ser uma “Metamorfose Ambulante”,
do que ter aquela velha opinião sobre tudo! Mas fico pensando! Quando afirmo
que não existem absolutos, não estou estabelecendo um? Quando afirmo que não
existe verdade? Não estou dizendo uma? Se um pós moderno afirmar pra você que
não existe verdade absoluta, pergunte pra ele: você tem certeza disso?
O
que existe na verdade em nosso tempo é uma tentativa de sepultar qualquer ideia
com respeito a existência de Deus. Em uma estação de metrô em Nova York
picharam o seguinte[4]:
“Deus está morto” – Nietzsche
“Nietzsche está morto” – Deus
O Salmo 2. 1-3 fala sobre os ímpios desejando
romper toda a ideia de Deus para viverem conforme seus pensamentos e desejos:
Por
que se enfurecem os gentios e os povos imaginam cousas vãs? Os reis da terra se
levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido,
dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas.
Qual a
reação de Deus em relação a essa rebeldia dos homens? O verso 4 mostra “a
grande preocupação dele” com essa brilhante e irresistível rebeldia dos ímpios:
Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor
zomba deles. Uma vez ouvi do Pr. Silas Campos em uma das Conferências da
FIEL em Águas de Lindoia, utilizando uma ilustração interessante para
representar a tolice do homem em desafiar a Deus:
Um elefante gigantesco todos os dias passava no
caminho onde havia um formigueiro. Ao passar, obviamente, o formigueiro era
destruindo em grande parte, levando as formigas a ira e a reconstrução diária
dele. Em um certo momento, após tantas tragédias e destruição por parte do
elefante, as formigas elaboraram um brilhante plano! O elefante ia passando no
mesmo lugar, elas subiram em uma arvores que ficava acima dele, e pularam no
seu pescoço, o rodeando completamente. Ele sem perceber que elas estavam ali,
devido a pequenez das mesmas em relação ao seu tamanho, balançou naturalmente o
pescoço, e foi formiga para todo lado! Mas ficou uma, que agarrada no pescoço
do elefante, motivava as outras a gritarem com toda força e esperança;
enforca-o, enforca-o...!
Eu
sempre ouvi do meu professor de Teologia Sistemática que toda ilustração com
relação a Deus é falha em suas partes, porque nunca representará a grandeza e
sabedoria do Senhor, o que concordo com ele. Mas essa ilustração, guardada as
suas devidas proporções, serve para revelar o quanto é tolo e ridículo o
desafio que pensadores como Nietzsche e outros da mesma linha filosófica fazem
a Deus! A ironia pertence a nós com relação a crença deles fundada na frágil e
limitada realidade humana! É possível que homens que pensam tão erradamente
assim acerca da existência de Deus sejam alcançados pela graça e tornem fiéis
servos de Cristo, como ocorreu com C.S. Lewis que foi ateu até os seus 30 anos
de idade[5],
ou com Francis Schaeffer que era agnóstico[6]
antes de ser alcançado pela graça, e tantos outros ex ateus! O apologista Van
Til, que tanto influenciou Francis Schaeffer, defendia que o ateísmo é uma
maneira de fugir de Deus, como se fosse possível. Existem muitas incoerências
na logica ateísta, e que os nãos cristãos não conseguem responder as questões
básicas da vida, tornando o homem apenas um parte de um engrenagem cósmica,
afirmava Van Til.[7]
Já Schaeffer afirmava que não existe verdadeiramente ateus, no fundo de seus
coração sabem que Deus existe:
Toda pessoa com quem falamos, seja a
balconista ou o universitário, tem um conjunto de pressuposições, quer os tenha
analisado ou não". Consequentemente, quando evangelizamos, podemos saber
que, no fundo do coração, eles têm consciência da existência de Deus. Não
existem ateus genuínos, pois os que assim se dizem desejam convencer-se de que
Deus não existe.[8]
Considerações Finais
Os
jovens cristãos universitários, principalmente, tem sido engolidos por essa
onda do ateísmo, que se apresenta com nova roupagem, como sendo uma verdade
absoluta a não existência de Deus, e ao mesmo tempo negam que não existem
absolutos! No ensino médio no Brasil foi retirado as aulas de religião para ser
colocado em seu lugar a Filosofia! Não me oponho a Filosofia como matéria no
ensino médio, desde que ela não seja tendenciosa para linhas ateístas ou
agnósticas! Como sei que não existe a possibilidade de neutralidade no
pensamento, a Filosofia tem sido um grande instrumento de disseminação do
ateísmo nas escolas, para adolescentes que ainda não tiveram amadurecimento
intelectual para rebater as acusações. Nas universidades, os jovens cristãos
ficam na maior parte do tempo acuados ou envergonhados em defender o Evangelho,
devido o aparente e imbatível intelectualidade dos ateus e agnósticos! Creio
que grande parte disso se deve ao fracasso da maioria das igrejas evangélicas
que se tornou quase que completamente subjetiva, mística e irracional! Não
dando suporte para que esses jovens saibam onde procurar as respostas racionais
para as críticas antigas dos ateus (Sl 14.1; Rm 1. 24-32).
O
crente do século XXI precisa entender que a nossa fé não é irracional, porém, a
fé ateísta é completamente sem sentido, sem proposito, sem rumo, caminha para o
caos, para a loucura, como de fato ocorreu com Nietsche no final da sua vida,
que enlouqueceu em seu próprio raciocino e afirmava que era Jesus Cristo o
Crucificado! Eu não entendo que esse pensador ficou louco simplesmente porque
afirmou que “Deus estava morto!” Mas creio que já era louco em seu raciocínio antes
de enlouquecer fisicamente! Desperte-se de seu sono intelectual irmão, se você
exerce alguma função de educação ou formação de mentalidade na sociedade, Deus
o chamou para exercer o seu ministério na área do saber! Temos que influenciar
o mundo com o Evangelho da cruz, influenciando-o a ter uma cosmovisão cristã. Se
liberte dessa descaracterização do Evangelho pregado na maioria das igrejas evangélicas!
Um falso Evangelho que não serve nem para nós e nem para combater o erro dos ímpios!
Procure uma igreja que ainda pregue fielmente a Escritura, que tem pastores
fiéis, que estudam, que amam a verdade, que saibam direcionar você a fontes puras
de pensadores cristãos, que combateram todas essas distorções que hoje
enfrentamos com maior intensidade! Não tenha vergonha do Evangelho, diante desses
opositores frágeis!
Concluo
com a afirmação de Paulo aos Colossenses (2. 8-9) Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs
sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e
não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da
Divindade.
Márcio Willian Chaveiro
[1] http://letras.mus.br/lulu-santos/47144/
[2] http://letras.mus.br/raul-seixas/48317/
[3] http://www.mackenzie.br/fundamentos.html
[4]
SPROUL, R. C. Sproul, Filosofia para Iniciantes, Vida Nova , 2005, p.155
[5]http://www.encontrocomavida.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=15&sg=0&form_search=&pg=1&id=407
[6] http://www.agnostic-library.com/ma/tag/frank-schaeffer/
[7] http://www.labri.org.br/#!francis-schaffer/cyfa
[8] No
mesmo site e artigo do anterior esta essa citação de Schaeffer