Richard Dawkins |
Imagine, junto com John Lennon, um mundo sem religião. Imagine o mundo
sem ataques suicidas, sem o 11/9, sem o 7/7 londrino, sem as Cruzadas, sem caça
às bruxas, sem a Conspiração da Pólvora, sem a partição da índia, sem as
guerras entre israelenses e palestinos, sem massacres
sérvios/croatas/muçulmanos, sem a perseguição de judeus como "assassinos
de Cristo", sem os "problemas" da Irlanda do Norte, sem
"assassinatos em nome da honra", sem evangélicos televisivos de terno
brilhante e cabelo bufante tirando dinheiro dos ingênuos ("Deus quer que
você doe até doer"). Imagine o mundo sem o Talibã para explodir estátuas
antigas, sem decapitações públicas de blasfemos, sem o açoite da pele feminina
pelo crime de ter se mostrado em um centímetro. Aliás, meu colega Desmond
Morris me informa que a magnífica canção de John Lennon às vezes é executada
nos Estados Unidos com a frase "and no religion too" expurgada. Uma
versão chegou à afronta de trocá-la por "and one religion too".[1]
Além do campo
aberto causado pela derrubada das torres e outros terrorismo em nome da
religião em várias partes do mundo, temos o escândalo no meio evangélico
causado por um número cada vez maior de pastores da Teologia da Prosperidade,
que tem escandalizado as pessoas e as afastado do Evangelho prometendo riqueza
instantânea! Os curandeiros evangélicos fazem parte desse processo de incredulidade
mundial. Algumas pessoas já tiveram pessoas queridas próximas mortas por
irresponsabilidade desses pregadores que prometem cura quando não existe
promessa de Deus, impedindo que os doentes sejam tratados adequadamente por
médicos capacitados e usem as medicações próprias. Somado a tudo isso, a Igreja
Católica Romana tem sido constantemente denunciada por pedofilia praticada por
muitos padres e bispos, o que contribui ainda mais para o descrédito da
religião e da existência de Deus.
Albert Mohler
Jr. Em seu livro “Ateísmo Remix” conta um episódio vivido por ele que
exemplifica bem o que pensa esse movimento neoateísta:
Há vários a que anos, assisti a uma
palestra em que fui cativado por um pensamento que nunca me abandonou. O
palestrante era o Dr. Heiko Obermann, o grande e agora falecido historiador do
final da Idade Média e do início da Reforma. No meio da palestra, ele
contemplou o seu auditório, parou, pensou e disse, numa paráfrase minha: “Posso
ver que vocês não entendem o que lhes estou dizendo. O que estou lhes dizendo é
que vocês não vivem como Martinho Lutero viveu. Não se levantam pela manhã como
ele o fazia. Precisam entender algo a respeito das mudanças nas situações de
crença. Vocês não entendem que no tempo de Martinho Lutero quase todas as
pessoas na civilização europeia acordavam temerosas de que morreriam antes do
cair da noite? O destino eterno era um pensamento ventilado a cada dia, a cada
hora, a cada minuto. Todas as noites, quando uma pessoa que vivia no final da
Idade Média ou no início da Reforma fechava os seus olhos, ela temia acordar no
céu ou no inferno. Vocês não vivem com esse temor. E isso significa que seu
entendimento dessas coisas é bem diferente do entendimento de Martinho Lutero.
Essa é a razão por que ele jogava frascos de tinta de escrever no Diabo, e você
fecha seu notebook e dorme bem a noite.[2]
O número de
livros vendidos de novos ateístas é cada vez maior. O citado Richard Dawkins, escreveu anteriormente o
livro “Relojoeiro Cego”, onde critica o argumento deísta do relojoeiro
para a existência de Deus, ele nega completamente a existência de um Criador,
rejeitando o argumento cosmológico da complexidade dos organismos.[3] O
campo é frutífero para essas ideias que se propõe serem novas, mas não são.
Qualquer livro escrito que critique a existência de Deus é vendido aos
milhares. O desejo de viver sem a crença na existência de Deus sempre fez parte
da natureza humana. Não se trata de ciência, busca pela verdade ou algo
parecido, trata-se de um desejo da natureza humana de ser igual a Deus, que
começou no Jardim no Éden com a sugestão de Satanás (Gn 3. 5): “Porque Deus sabe que no dia em que dele
comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do
mal.” Esse argumento continua sendo usado por Satanás para os homens, que
os olhos serão abertos para a verdade, conhecerão o que é certo e o que é
errado. Os neoateistas defendem exatamente isso, que os cristãos se escondem
por trás de um Deus criado segundo suas imaginações, porque tem preguiça
intelectual para desenvolverem o raciocínio livremente e alcançar a verdade!
Deus é uma desculpa para a incompetência intelectual, argumenta eles! Na
realidade o ateísmo é uma forma de idolatria disfarçada de intelectualismo e
ausência de religião. Como? Os ateus atribuem tudo que existe a matéria,
considerando-a como eterna e causadora de tudo que existe, consideram que suas
mentes brilhantes são capazes de alcançar a razão de tudo, a partir de
observações cientificas. Contudo, tanto a matéria quanto suas mentes são
divinizadas, idolatradas! Mas eles negariam isso com certeza!
Os ateus
acreditam que tudo que existe é fruto da física, da matéria, como Richard
Dawkins cita a definição feita por Jullian Baggini sobre o que é um ateu
naturalista: "O que
a maioria dos ateus acredita é que, embora só haja um tipo de matéria no
universo, e é a matéria física, dessa matéria nascem a mente, a beleza, as
emoções, os valores morais — em suma, a gama completa de fenômenos que enriquecem
a vida humana".[4]
Dawkins continua argumentando em relação a perspectiva dele como ateu:
Os pensamentos e as emoções humanas emergem
de interconexões incrivelmente complexas de entidades físicas dentro do
cérebro. Um ateu, nesse sentido filosófico de naturalista, é alguém que
acredita que não há nada além do mundo natural e físico, nenhuma inteligência
sobrenatural vagando por trás do universo observável, que não existe uma alma
que sobrevive ao corpo e que não existem milagres — exceto no sentido de fenômenos
naturais que não compreendemos ainda. Se houver alguma coisa que pareça estar
além do mundo natural, conforme o entendemos hoje, esperamos no fim ser capazes
de entendê-la e adotá-la dentro da natureza. Assim como acontece sempre que
desvendamos um arco-íris, ela não será menos maravilhosa por causa disso.[5]
Os ateus caem
em incoerências em suas argumentações. O Richard Dawkis ao falar que Einstein
não era religioso, que não acreditava em um Deus pessoal, afirma que que
Einstein e ele são de alguma forma religiosos:
Deixe-me
resumir a religião einsteiniana em mais uma citação do próprio Einstein:
"Ter a sensação de que por trás de tudo que pode ser vivido há alguma
coisa que nossa mente não consegue captar, e cujas belezas e sublimidade só nos
atingem indiretamente, na forma de um débil reflexo, isso é religiosidade.
Nesse sentido, sou religioso". Nesse sentido também sou religioso, com a
ressalva de que "não consegue captar" não necessariamente significa
"para sempre incaptável". Mas prefiro não me autodenominar religioso,
porque isso induz ao erro. Induz ao erro de forma destrutiva, porque, para a
imensa maioria das pessoas, "religião" implica
"sobrenatural".[6]
Essa coisa
que a mente não consegue captar agora, que não significa ser incaptável, é o
que todo cristão verdadeiro defende. Um dia captaremos tudo plenamente quando o
Senhor Jesus voltar e restaurar toda a criação. O que Dawkins ainda não
“captou” é o que o Salmo 19. 1 afirma: “Os
céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos.” É
incaptável para ele porque sua mente é impedida pela dureza do seu coração de
captar o obvio!
O desejo de sepultar Deus existencialmente
para que tenham total liberdade com relação sua navegação existencial em mar
aberto sempre fez parte da natureza humana. O Salmo 2 afirma que as gentes se
unem para romper seus laços com Deus e com seu ungido, que é Cristo (Salmo 2.
1-2): “Porque se enfurecem os gentios e
os povos imaginam cousas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes
conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus
laços e sacudamos de nós as suas algemas.” Eles se sentem presos, amarrados
a ideia da existência de Deus, porque? Se Deus existe realmente, sendo ele uma
pessoa eterna, poderosa, Criador de tudo que existe, eu sou criatura, sou
limitado, e provavelmente prestarei conta a ele um dia! Isso um ateu jamais
deseja, ele prefere acreditar “pela fé” que Deus não existe, que a matéria,
algo inanimado, seja eterno e que tudo que existe ao nosso redor é fruto de um
processo cego, por acaso, e sem proposito definido! Mas para esses que querem
romper os laços existenciais com Deus, o Salmista Davi diz que (verso 3): “Ri-se aquele que habita nos céus; o
Senhor zomba deles.”
O Salmo 14.1, afirma: “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam
abominação; já não há quem faça o bem.” Davi, o autor deste Salmo, usa o
termo hebraico נָבָ֣ל (Nabal) para o substantivo “insensato” para expressar como é louco
aquele que afirma em seu coração que Deus não existe. O substantivo “Nabal” é o mesmo que tolo, imoral, corrupto em seu próprio viver,
que segue as práticas de Baal, como se fosse seu filho. Literalmente Nabal significa tolo, insensato
intelectualmente e moralmente.[7] O
ateísmo é uma ação natural de um tolo e insensato. Podemos ver esse substantivo
sendo citado por Abigail a Davi, com relação ao seu esposo que se chamava “Nabal” e a explicação dela para o
significado do nome (1 Sm 25.25): “Não se
importe o meu senhor com este homem de Belial, a saber, com Nabal; porque o que
significa o seu nome ele é. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele;...” Esse Salmo 14 é citado por Paulo em Romanos
3. 10-12 para mostrar as consequências da Queda sobre o homem e como este vive
de acordo com sua natureza caída. Adoram a criação, o próprio homem, ao invés
do Criador, dizendo sábios tornaram-se loucos em seus próprios raciocínios (Rm
1. 21-22).
O teólogo de
Genebra, Calvino, comenta o Salmo 14.1:
Visto que a palavra נָבָ֣ל , nabal, significa não só
néscio, mas também pessoa perversa, vil e desprezível, não teria sido improprio
tê-la traduzido assim neste lugar; não obstante, sinto-me satisfeito em seguir
a interpretação mais geralmente aceita, ou seja, que todas as pessoas profanas,
que tem lançado de si todo o temor de Deus e se tem entregue à iniquidade, são
persuadidas de loucura...Comumente vemos que aqueles que, na avaliação tanto de
si mesmos quanto de terceiros, excedem muitíssimo em sagacidade e inteligência,
empregam sua astucia em armar redes e usam a engenhosidade de suas mentes em
desprezar e motejar de Deus. Portanto, é importante que em primeiro lugar
saibamos que, por mais que o mundo aplauda esses indivíduos ladinos e
zombadores, os quais se permitem entregar-se a toda extensão de perversidade,
não obstante o Espírito Santo os condena como sendo insanos; pois não há
estupidez mais brutal do que conscientemente ignorar a Deus.[8]
A
imoralidade, quase que via de regra ligada ao ateísmo, porque? O temor do
Senhor é o princípio da sabedoria de vida, e o tolo, insensato, néscio,
“nabal”, carece dela[9].
Porque Deus é a base moral de qualquer pessoa ou sociedade. Ainda que existam
distorções sobre quem Deus é realmente, a religião causa temor nas pessoas e as
leva seguir padrões morais, que julgam serem estabelecidas por Deus. O ateísta
não tem padrão externo, ele tem padrão interno, este é o seu próprio coração
corrompido pelo pecado, pela rebeldia a Deus. Como bem colocou Paulo com
relação aos ímpios em Efésios 4. 17-19:
“...andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de
entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela
natureza do seu coração, os quais, tendo-se tornando insensíveis, se entregaram
à dissolução para, com avidez, cometerem toda a sorte de impureza.” O texto
não se aplica apenas aos ateus, mas a todo ímpio, contudo, é a realidade
espiritual e mental do ateu também. Não quero dizer que todo o ateu é imoral
necessariamente, contudo, todo ateu é “livre”
de padrões e absolutos morais, o que permite navegar no mar dos prazeres
pecaminosas!
Voltando a
crítica feita pelo professor Dr. Heiko Obermann, citado no início,
posso dizer que certamente os contemporâneos de Martinho Lutero foram
influenciados pela crença Medieval, viviam com medo, com incertezas, produzidos
pelos séculos de distorção da Palavra pela Igreja Católica. Contudo, Martinho
Lutero quis romper com tudo isso, conhecia por dentro a teologia medieval, e
com seus escritos quis tirar do coração do povo essas crendices. Existe como
não sermos influenciados pelo tempo que vivemos? O próprio neoateismo não seria
fruto de uma geração pós-moderna, que foca o sentimento humano e suas
respectivas experiências como sendo normativas para a vida, que nega tudo que é
padrão, fixo? Não estaria cometendo o mesmo erro dos contemporâneos de Martinho
Lutero, os neoateístas? Se o primeiro vivia com temor de ir para o inferno como
fruto de um pensamento distorcido de juízo de Deus[10].
Os últimos, vivem para si, para o momento, para o transitório, para o material,
para o prazer pessoal, para o próprio ego, como fruto do pensamento
pós-moderno. Qual a diferença? A única diferença é a fonte influenciadora. Na
primeira é a Idade Média, que pretensamente Deus era o centro. Na segunda, é a
pós-modernidade que tem o homem como centro.
Não é uma
questão de intelecto acreditar na existência de Deus como a Escritura
testemunha, é uma questão nascer de novo para ver o Reino de Deus (Jo 3. 3).
Não depende de quem quer ou de quem corre, mas de Deus usar de misericórdia e
transformar a alma, revelando-se aquele que é cego, embrutecido em seu próprio
entendimento, morto em delitos e pecados (Rm 9.16; Ef 2. 1-3; Ef 4.18). Se
dependesse do intelecto do homem puro e simplesmente, não teria honra alguma em
Deus, a glória seria do homem, não teria graça, mas esforço intelectual, e
somente os mais intelectuais do mundo seriam capazes de entender o Evangelho e
seriam salvos! Todavia, a Palavra da cruz continua sendo loucura para os que se
perdem, mas para os que são salvos é poder de Deus (1 Co 1.18)!
Sem Deus não
existe esperança. Para onde iremos? Qual a nossa missão existencial? A nossa
existência se baseia apenas nessa vida? Quando vem a luta, o sofrimento, a
proximidade da morte, como reagiria um ateu? Como alguém disse: “Nas trincheiras das guerras não existem
ateus!” Lembro-me de um professor de Antigo Testamento contar que certa
vez, um ateu ironizava com sua mãe cristã, que se esforçava em provar pra ele a
existência de Deus. Ele dizia: “Mãe creia
no homem, o homem inventou tantas coisas maravilhosas, que contribuem para o
bem de todos!” Passado algum tempo, esse mesmo ateu ficou doente e próximo
de sua morte, na angustia de se aproximar do fim, sua mãe disse a ele: “Creia no homem, meu filho!” Ele então,
respondeu: “Como poderei crer no homem,
se o homem está morrendo?!”
Viver como se
Deus não existisse, dizendo para o nosso coração que crer em Deus é uma tolice,
é viver no caminho da loucura, da tolice, da insensatez absoluta! Não existe
sentido na vida sem Deus, tudo é vaidade e correr atrás do vento (Ec 1.12-18).
O que esse
neoateismo tem a ver com esse ponto da teologia? Se Deus não existe, não tem
teologia, não tem conhecimento de Deus, e nossa fé é vã! O apologeta Willian
Lane Craig cita C. S. Lewis com relação a existência de Deus: “...que a existência de Deus é muito mais
que uma questão meramente interessante. Afinal, se Deus não existe, não há
nenhuma razão para nos interessarmos por ele. Mas se ele existe, nosso maior
objetivo de vida é nos relacionarmos com este ser do qual depende nossa
existência.”[11]
É
interessante como os ateístas vivem em conflito em seus corações endurecidos
pelo pecado! Eles alegam não crer em Deus, mas refutam aqueles que creem de uma
forma tão irônica, principalmente nas universidades, ao saberem que ali tem um
cristão. O próprio Richard Dawkins se revela tão preocupado com a existência de
Deus em sua vida acadêmica. Se sua preocupação é cientifica, porque se
preocupar em provar que algo abstrato não existe? Faça ciência pela ciência, e
não em função de provar que Deus não existe! Ele mesmo seu livro afirma que: “é quase provável que Deus não existe!”
Porque não ousa dizer com absoluta certeza que Deus não existe? Existe algum
temor ao dizer isso? Tem alguma dúvida cientifica que Deus exista? Na minha
perspectiva essa atitude é evidencia de conflitos de alma, de luta interna para
negar para si mesmo a existência de Deus. Porque se realmente acreditassem que
Deus não existe, que é um mito ou lenda criado pela religião, porque ficariam
tão preocupados com os que acreditam? Os que acreditam em via de regra pregam a
tolerância e a paciência para com os ateus, o que não atrapalharia em nada a
vida deles. Mas quando os ateus sobem ao poder, como aconteceu na ex União
Soviética e acontece na Coreia do Norte, agem com tremenda brutalidade contra
os cristãos. Porque isso acontece? Porque não suportam o grito de suas
consciências que dia e noite diz pra eles que Deus existe; a proclamação da
criação diante de seus olhos pregando diariamente a existência do Criador; e o
testemunho daqueles que creem na existência de um Deus todo-poderoso, sábio e
justo!
Para os
Reformados Deus existe e pode ser conhecido. A Escritura é o registro inspirado
da revelação de Deus para o homem. Então seguem os pressupostos da teologia
reformada: 1- Deus existe; 2 – Deus se
revelou; 3 – Deus pode ser conhecido.
Reverendo
Márcio Willian Chaveiro
[4] DAWKINS, Richard, p.28
[5] Idem, p.28
[10]
Creio na existência do inferno, conforme a Escritura declara, mas
na Idade Média a visão de inferno era influenciada pela mitologia grega, de
Hades, irmão de Zeus, que nesse caso, seria o Diabo que torturaria as pessoas
no submundo. Há essa visão que digo ser distorcida.
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