Para muitos crer na existência do céu ou do inferno
soa como mito ou paganismo. Sem dúvida essa realidade apresentada pela Bíblia
foi distorcida durante a história da igreja por muitos hereges, o que criou uma
grande massa de críticos com relação a essa verdade. Na Idade Média o clero
utilizou da ideia de inferno e purgatório[1]
para causar medo nas pessoas e explorar o povo, levantando recursos para a
Igreja. Atualmente, os hereges religiosos do meio evangélico utilizam de forma
semelhante o método do medo para arrancar dinheiro dos fiéis, mas não com a
pregação da ira de Deus eterna sobre o pecador, porque no século XXI essa
mensagem não causaria pavor nas pessoas como causou na Idade Média, todavia, se
utilizam da ideia de maldição nessa vida, tirando recursos financeiros e
causando doenças! As pessoas motivadas por buscar alivio ou não correr o risco
de serem “amaldiçoadas” fazem tudo que esses hereges exigem como forma de
livramento dos males desta vida!
Contudo, o que a Bíblia fala sobre céu e inferno?
Começarei a expor sobre o inferno, ainda que muitas pessoas não acreditem na
sua existência, alguns destes incrédulos que não se arrependerem de seus
pecados terão que enfrentar eternamente essa triste realidade (Jo 3. 36). O
inferno será uma interminável perturbação de vida, os condenado serão
atormentados de dia e de noite pelos séculos dos séculos (Ap 20.10), com dores e sofrimento no corpo e na alma, e
castigos como agonias da consciência, angustia, desespero, choro e ranger de
dentes.[2]
Todavia, é importante explicar que a Bíblia utiliza de símbolos de sofrimento,
como fogo, trevas, ranger de dentes, para expressar como será a ira de Deus
sobre os ímpios, mas é importante dizer que a realidade dessa punição eterna
será maior que os símbolos utilizados nas Escrituras! A Bíblia fala de punições
proporcionais ou graus de punição (Mt 11. 22-24; Lc 12. 47-48; 20.16-18), nem
todos os ímpios experimentarão o sofrimento de um Judas Escariotes ou Hitler![3]
Hendriksen escreveu que o inferno é inferno porque Deus estará lá com toda a
sua ira, o inferno não é ausência de Deus, porque Ele é Rei até mesmo do
Inferno, mas o inferno em última analise é o banimento absoluto do ímpio da
comunhão de amor e graça com o Senhor: O
inferno é inferno porque Deus está lá, Deus em toda a sua ira (Hb 12.29; Ap
6.16). O céu é céu porque Deus está lá, Deus em todo o seu amor. É desta
presença de amor que o ímpio é banido para sempre.[4]
Você precisa entender que mesmo sendo castigados eternamente no inferno por
Deus, os ímpios continuarão a pecar e blasfemar contra o Senhor! Não haverá
arrependimento no inferno, mas sim, rebeldia eterna, logo, o castigo eterno será
justo para uma transgressão eterna! Outra verdade que é preciso esclarecer é
que o Diabo não será como Hades da mitologia grega, rei do submundo ou no caso
dele, rei do inferno! Essa visão que o Diabo estará com um garfão torturando as
pessoas é fruto da influência mitológica grega na teologia católica. A Bíblia
diz que ele, com a besta e o falso profeta serão lançados no inferno para serem
torturados pela ira de Deus (Ap 20. 10): O
diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde
já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão
atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos. E quanto aos ímpios
que não se arrependerem é a mesma
verdade (Ap 21. 8): Quanto, porém, aos
covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos
feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será
no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.
E o céu, como será? A igreja moderna perdeu o
anseio de estar na presença do Senhor devido ao seu amor ao mundo, ao dinheiro
e ao poder! Quando falamos em céu, pensamos na ideia principal dessa verdade,
que é estar na presença do Deus triuno para o adorar! Contudo, o céu é um lugar
temporário, até que Cristo venha para consumar todas as coisas e ressuscite os
crentes e transforme os que estiverem vivos (1 Co 15. 50-58). No entanto, os
crentes neotestamentários ansiavam por estar na presença de Cristo no céu,
porque sabiam que ao morrerem temporariamente iriam espiritualmente, até a
ressurreição, para a presença do Cordeiro (Fl 1.21; Ap 6. 9-11). Essa
felicidade temporária no céu, aguardando novos céus e nova terra, é incompleta,
porém, real! O céu é a habitação de Deus (Dt 26.15; Is 63.15), para onde vão
todos os santos que partem antes daquele Dia! É inútil tentar desenvolver
qualquer ideia sobre como é o local, onde fica, temos que nos limitar ao que a
Escritura afirma e entender seu sentido principal, que é o consolo, paz e
alegria preparatória para a consumação e plenitude de toda a alegria que
podemos desfrutar, que estar em plena comunhão em perfeição e santidade diante
do SENHOR!
O céu é uma realidade tanto quanto o inferno, queira você crer ou não! O gozo eterno com Cristo é real, mas também a agonia eterna sem Cristo é igualmente real! Se partimos para a presença de Cristo e do Pai que está
no trono, antes da ressurreição, cantaremos com muita alegria o cânticos dos
remidos (Ap 7. 10): ...Ao nosso Deus, que
se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.
Reverendo
Márcio Willian Chaveiro
[1] A ideia de Purgatório é sem dúvida pagã,
sendo fruto de doutrinas fundamentadas em livros apócrifos e não nas
Escrituras, o que não se aplica ao inferno.
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