terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O CÉU E O INFERNO, MITO OU REALIDADE?

Para muitos crer na existência do céu ou do inferno soa como mito ou paganismo. Sem dúvida essa realidade apresentada pela Bíblia foi distorcida durante a história da igreja por muitos hereges, o que criou uma grande massa de críticos com relação a essa verdade. Na Idade Média o clero utilizou da ideia de inferno e purgatório[1] para causar medo nas pessoas e explorar o povo, levantando recursos para a Igreja. Atualmente, os hereges religiosos do meio evangélico utilizam de forma semelhante o método do medo para arrancar dinheiro dos fiéis, mas não com a pregação da ira de Deus eterna sobre o pecador, porque no século XXI essa mensagem não causaria pavor nas pessoas como causou na Idade Média, todavia, se utilizam da ideia de maldição nessa vida, tirando recursos financeiros e causando doenças! As pessoas motivadas por buscar alivio ou não correr o risco de serem “amaldiçoadas” fazem tudo que esses hereges exigem como forma de livramento dos males desta vida!
Contudo, o que a Bíblia fala sobre céu e inferno? Começarei a expor sobre o inferno, ainda que muitas pessoas não acreditem na sua existência, alguns destes incrédulos que não se arrependerem de seus pecados terão que enfrentar eternamente essa triste realidade (Jo 3. 36). O inferno será uma interminável perturbação de vida, os condenado serão atormentados de dia e de noite pelos séculos dos séculos (Ap 20.10),  com dores e sofrimento no corpo e na alma, e castigos como agonias da consciência, angustia, desespero, choro e ranger de dentes.[2] Todavia, é importante explicar que a Bíblia utiliza de símbolos de sofrimento, como fogo, trevas, ranger de dentes, para expressar como será a ira de Deus sobre os ímpios, mas é importante dizer que a realidade dessa punição eterna será maior que os símbolos utilizados nas Escrituras! A Bíblia fala de punições proporcionais ou graus de punição (Mt 11. 22-24; Lc 12. 47-48; 20.16-18), nem todos os ímpios experimentarão o sofrimento de um Judas Escariotes ou Hitler![3] Hendriksen escreveu que o inferno é inferno porque Deus estará lá com toda a sua ira, o inferno não é ausência de Deus, porque Ele é Rei até mesmo do Inferno, mas o inferno em última analise é o banimento absoluto do ímpio da comunhão de amor e graça com o Senhor: O inferno é inferno porque Deus está lá, Deus em toda a sua ira (Hb 12.29; Ap 6.16). O céu é céu porque Deus está lá, Deus em todo o seu amor. É desta presença de amor que o ímpio é banido para sempre.[4] Você precisa entender que mesmo sendo castigados eternamente no inferno por Deus, os ímpios continuarão a pecar e blasfemar contra o Senhor! Não haverá arrependimento no inferno, mas sim, rebeldia eterna, logo, o castigo eterno será justo para uma transgressão eterna! Outra verdade que é preciso esclarecer é que o Diabo não será como Hades da mitologia grega, rei do submundo ou no caso dele, rei do inferno! Essa visão que o Diabo estará com um garfão torturando as pessoas é fruto da influência mitológica grega na teologia católica. A Bíblia diz que ele, com a besta e o falso profeta serão lançados no inferno para serem torturados pela ira de Deus (Ap 20. 10): O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos. E quanto aos ímpios que não se arrependerem é  a mesma verdade (Ap 21. 8): Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.
E o céu, como será? A igreja moderna perdeu o anseio de estar na presença do Senhor devido ao seu amor ao mundo, ao dinheiro e ao poder! Quando falamos em céu, pensamos na ideia principal dessa verdade, que é estar na presença do Deus triuno para o adorar! Contudo, o céu é um lugar temporário, até que Cristo venha para consumar todas as coisas e ressuscite os crentes e transforme os que estiverem vivos (1 Co 15. 50-58). No entanto, os crentes neotestamentários ansiavam por estar na presença de Cristo no céu, porque sabiam que ao morrerem temporariamente iriam espiritualmente, até a ressurreição, para a presença do Cordeiro (Fl 1.21; Ap 6. 9-11). Essa felicidade temporária no céu, aguardando novos céus e nova terra, é incompleta, porém, real! O céu é a habitação de Deus (Dt 26.15; Is 63.15), para onde vão todos os santos que partem antes daquele Dia! É inútil tentar desenvolver qualquer ideia sobre como é o local, onde fica, temos que nos limitar ao que a Escritura afirma e entender seu sentido principal, que é o consolo, paz e alegria preparatória para a consumação e plenitude de toda a alegria que podemos desfrutar, que estar em plena comunhão em perfeição e santidade diante do SENHOR!
O céu é uma realidade tanto quanto o inferno, queira você crer ou não! O gozo eterno com Cristo é real, mas também a agonia eterna sem Cristo é igualmente real!  Se partimos para a presença de Cristo e do Pai que está no trono, antes da ressurreição, cantaremos com muita alegria o cânticos dos remidos (Ap 7. 10): ...Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.
                Reverendo Márcio Willian Chaveiro




[1] A ideia de Purgatório é sem dúvida pagã, sendo fruto de doutrinas fundamentadas em livros apócrifos e não nas Escrituras, o que não se aplica ao inferno.
[2] FERREIRA & MYATT, Franklin Ferreira & Alan Myatt, 2012, p. 1079
[3] FERREIRA & MYATT, Franklin Ferreira & Alan Myatt, passim, p. 1078
[4] Ibid. p. 1079

Nenhum comentário:

Postar um comentário