O
homem muda seus planos de acordo com as circunstâncias, convicções éticas, morais ou religiosas, as novas percepções ou
crescimento intelectual e emocional, circunstâncias adversas, são causas de
mudanças de projetos, de desejos, de alvos existenciais. As variáveis da existência humana são muitas, e nenhum homem pode domina-las ou conhece-las de antemão. E ainda que pudesse, isso não daria a ele a condição de controlar o futuro, porque precisaria associado a isso ser todo poderoso!
Contudo Deus não muda seus planos, ou o seu Ser, por que
é perfeito, completo. O que é perfeito, completo e suficiente em si
mesmo, não precisa acréscimos ou aprendizado sobre alguma coisa, por isso não pode sofrer mudanças. Se Deus mudasse, ele seria limitado
ou falho em seu Ser, estaria em processo evolutivo, em desenvolvimento eterno! Sendo Deus infinitamente perfeito, não pode
mudar, como Arthur W. Pink expressou corretamente:
Sua
natureza e Seu ser são infinitos e, assim, não sujeitos a mutação alguma. Jamais
houve tempo quando Ele não era; jamais virá tempo quando Ele deixará de ser:
Deus não evoluiu, nem cresceu, quando Ele deixará de ser. Deus não evoluiu, nem
cresceu, nem melhorou. Tudo que Ele é hoje, sempre foi e sempre será “...eu, o
Senhor, não mudo...” (Malaquias 3.6) é a Sua afirmação categórica. Ele não pode
mudar para melhor, pois já é perfeito; e, sendo perfeito, não pode mudar para
pior. Completamente imune a tudo quanto Lhe é alheio, é impossível melhoramento
ou deterioração. Ele é perpetuamente o mesmo. Somente Ele pode dizer: “...EU
SOU O QUE SOU...” (Êxodo 3.14). Ele é absolutamente livre da influência do
curso do tempo. Não há um vinco sequer nos sobrolhos da eternidade. Portanto, o Seu poder jamais pode diminuir, nem Sua
glória desvanecer.[1]
É
verdade que existem textos bíblicos que aparentemente mostram que Deus se
arrependeu, como este em Gênesis 6.6: então,
se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no
coração. Temos que entender que a Bíblia foi escrita em linguagem humana
para expressar verdades eternas acerca do Ser e da vontade de Deus. Portanto,
ao afirmar que o SENHOR se arrependeu é uma linguagem humana para dizer que Deus teve
tristeza no coração em relação as atitudes pecaminosas do homem antes do
dilúvio. Existem genuínas emoções e sentimentos no Ser de Deus, que são reveladas a nós desta forma, mas qual modo deveria ser, se não fosse assim? Podemos
observar claramente no final deste texto citado: ...e isso lhe pesou no coração. Ora, o coração é a fonte das
emoções e do nosso ser na linguagem bíblica, logo Deus sentiu tristeza em seu
ser por ver a maldade humana, ou seja, o texto está mostrando que o Senhor tem
emoções e reações com relação as ações da humanidade e não que houve mudança ou
arrependimento nEle. Compare esta argumentação com o que Tiago 1.17 afirmou: Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito são
lá do alto, descendo do Pai das luzes em quem não pode existir variação ou
sombra de mudança. Em Números 23.19,
escrito pelo autor de Gênesis 6.6, Moisés, é dito: Deus não é homem para que minta; nem filho de homem, para que se
arrependa. Porventura, tendo ele prometido não o fará? Ou, tendo falado, não o
cumprirá?[2]
Também em I Samuel 15.29 é dito: Também a glória de Israel não mente, nem se
arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa. Malaquias declarou
a mesma verdade a casa de Jacó (Ml 3.6): Porque
eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
Quando
Deus fala de si mesmo, Deus frequentemente acomoda a Sua linguagem às nossas
capacidades limitadas. Ele Se descreve como revestido de membros corporais como olhos, ouvidos, mãos; fala de si como tendo “despertado” (Salmo 78.65) e como “madrugado”
(Jeremias 7.13), são apenas formas de linguagem para revelar ações e
sentimentos de Deus em relação a nós. Quando Ele estabelece uma mudança em Seu
procedimento para com os homens, descreve a Sua linha de conduta em termos de
arrepender-se.[3]
Como bem definiu Grudem: Deus é imutável
no seu ser, nas suas perfeições, nos seus propósitos e nas suas promessas;
porém, Deus age e sente emoções, e age e sente de modos diversos diante de
situações diferentes.[4]
Imagine
se Deus mudasse, evoluindo por não ser perfeito e todo poderoso! Você confiaria
em um deus que muda na medida que a realidade altera? Como construiria sua fé
em uma divindade tão instável? Como poderia confiar em suas promessas
redentoras reveladas na Bíblia? Mas, sabemos em quem temos crido e que é
poderoso para guardar o nosso depósito até aquele Dia (2 Tm 1.12)!
Reverendo
Márcio Willian Chaveiro
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