segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

ATÉ QUE PONTO A LIBERDADE DE EXPRESSÃO CAMINHA DE MÃOS DADAS COM A DEMOCRACIA?



             O mundo mais uma vez ficou chocado com um ato terrorista promovido pelos extremistas islâmicos na quarta-feira do dia 07 de janeiro do corrente ano na capital francesa! O ataque foi na revista Charlie Hebdo, que é conhecia por suas charges agressivas ao islamismo desde 2011, a qual já sofria ameaças dos terroristas, mas decidiu continuar com sua “liberdade de expressão”![1]  Após o desfecho desse ato terrorista que vitimou 17 pessoas, um dirigente religioso da Al-Qaeda, afirmou que acontecerão outros ataques a França: “Não estarão em segurança enquanto combaterem Alá, seu mensageiro e seus fiéis...”[2] O que demonstra claramente que as charges foram grande motivadoras desse ato cruento, sendo interpretados como combate a fé islâmica!
            Não é novidade para o mundo que o Islã implanta sua religiosidade com a violência e  morte nos países dominados por essa religião. Eles consideram todos que não são islâmicos como sendo infiéis, e por isso defendem que matar os que se opõem a “sua fé” é agir como mártires de Alá! O interessante é que o Alcorão, livro sagrado dos mulçumanos, declara em suas “suras ou capítulos” sempre no início a seguinte frase: “Em nome de Deus, Clemente, o Misericordioso.”[3] Que Alá clemente e misericordioso é esse que envia seus fiéis para exterminar ou “convertaer” os “infiéis”? Alguém utilizou o argumento que não existe islâmico que seja pacifico verdadeiramente, porque nunca vimos no mundo nenhuma comunidade islâmica protestando contra os xiitas! Concordo com a coerência desse argumento! Todavia, não temos provas que seja isso verdade, fica apenas a incredulidade de que exista algum mulçumano que não deseje a morte dos infiéis e que apenas não tenha coragem de realizar o feito “heroico” que outros “fiéis” possuem!
            Naturalmente, Alá dos islâmicos nada tem a ver com o Deus gracioso do cristianismo! Embora, o Alcorão cite muitas passagens e personagens da Bíblia com uma estrutura literária confusa, ilógica entre os lugares que deveria seguir uma conexão, como disse Salomon Reinach: Do ponto de vista literário, o Alcorão é um pobre livro.[4] Mas o mundo ateísta une o deus do islamismo com o grande Eu Sou do cristianismo! Desde as derrubadas das torres gêmeas em Nova York em 2001 pelos terroristas, o ateísmo tem ganhado terreno na mente e nos corações das pessoas no mundo todo! Ao ponto de ter estatísticas de países como a Suécia com uma porcentagem de 85% de sua população assumidamente ateísta ou agnóstica, a França tem 54% de sua população![5] Toda religião é colocada no mesmo nível por eles, como fez o famoso ateu Richard Dawkins em seu livro “Deus um Delírio”, ao citar e parafrasear uma música de John Lenon:
Imagine, junto com John Lennon, um mundo sem religião. Imagine o mundo sem ataques suicidas, sem o 11/9, sem o 7/7 londrino, sem as Cruzadas, sem caça às bruxas, sem a Conspiração da Pólvora, sem a partição da índia, sem as guerras entre israelenses e palestinos, sem massacres sérvios/croatas/muçulmanos, sem a perseguição de judeus como "assassinos de Cristo", sem os "problemas" da Irlanda do Norte, sem "assassinatos em nome da honra", sem evangélicos televisivos de terno brilhante e cabelo bufante tirando dinheiro dos ingênuos ("Deus quer que você doe até doer"). Imagine o mundo sem o Talibã para explodir estátuas antigas, sem decapitações públicas de blasfemos, sem o açoite da pele feminina pelo crime de ter se mostrado em um centímetro. Aliás, meu colega Desmond Morris me informa que a magnífica canção de John Lennon às vezes é executada nos Estados Unidos com a frase "and no religion too" expurgada. Uma versão chegou à afronta de trocá-la por "and one religion too".[6]
            Os jornais no Brasil, creio que no mundo todo, afirmam que a mobilização na França com 4 milhões de pessoas protestando, é uma defesa da liberdade de expressão, ou democratização da expressão! A frase usualmente utilizada é bem representada por essa citação feita no site da Veja sobre esse ato terrorista: um ataque terrorista contra a liberdade de expressão, contra a sátira, contra a França, contra a civilização.[7] Eu concordo que a liberdade de expressão é a essência de uma democracia! Todo homem tem o direito de dizer o que pensa sobre tudo, concordando ou não. Todavia, a liberdade de expressão do outro termina quando a minha começa! O outro não tem liberdade de expressar toda a sua ironia, desrespeito a minha filosofia de vida, fé, religião, ideologia, com ridicularidades e provocações, cuja a intenção é simplesmente vender revistas! Porque digo isso? Qual benefício essas charges trouxeram para a humanidade em relação ao combate ao terrorismo? Ao contrário levou o terrorismo até a França! Se algum mulçumano fizesse uma charge do mesmo nível provocativo com algum elemento de valor moral e “religioso”, ainda que seja o “ateísmo”, que entendo ser uma religião do homem como defendia Augusto Comte, qual seria a reação? Certamente algum deles diria que não seria com terrorismo, e tenho certeza que não seria mesmo! Contudo, os islâmicos utilizam do terrorismo por fazer parte de suas crenças religiosas, obviamente não estou justificando o ataque! Mas a revista usou covardemente e desrepeitosamente ataques morais contra o islã e alguns casos contra o cristianismo, apesar que nenhum cristão verdadeiro vai cometer ato de terrorismo! Cada um utilizou das suas próprias armas, o problema é que o islã utiliza armas letais e os ateus e críticos aos religiosos usam a “caneta”! A diferença entre as duas armas é “letal”, todavia, existem similaridades na essência destrutiva e provocativa!
            O que é democracia? É o governo do povo através dos seus representantes eleitos (demos significa povo e kratos é governo).[8] Um governo democrático deve produzir leis e exerce-las para defender os interesses do povo, seja de religiosos ou não. Se um ato provoca discórdia, violência, ódio, preconceito religioso, como a criação dessas charges desde 2011 provocaram, pergunto se elas podem ser consideradas “inocentes exercícios da liberdade de expressão”? Como diz o ditado: contra fatos não existem argumentos! Essas charges provocaram mais violência em um mundo que vive aterrorizado com o crescimento político e militar do estado islâmico. Provocou mas não legitimou a violência, para que fique evidente e enfatizado que a proposta desse artigo é apenas para uma reflexão sobre até onde a liberdade de expressão pode caminhar de mãos dadas com a democracia e não como uma defesa do terrorismo ou islamismo!
            Concluo dizendo que repudio toda e qualquer ação violenta contra quem pensa diferente! Nada justifica esses atos violentos! Porém, é importante refletir sobre o fato pouco divulgado, que milhares de cristãos são mortos todos os anos em países de governo islâmico, e nunca existiu qualquer movimentação global para tentar impedir esses massacres! Todavia, os cristãos se sensibilizam com essas mortes na França e protestam de todas as formas contra esse ato covarde dos terroristas, orando também pelas famílias das vítimas! A liberdade de expressão dessa revista atacada abandonou  qualquer ideia de tolerância religiosa ou a democracia, provocando ainda mais o ódio dos “fiéis”!
            Somente o Deus verdadeiro exige dos seus fiéis que amem os seus inimigos e orem pelos que os perseguem (Mateus 43-48) e mostra qual deve ser a atitude cristã para com os inimigos (Romanos 12. 20-21): ...se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber;...Não te deixes vencer do mal, mas vença o mal com o bem. Por isso amo o verdadeiro e único Deus! A Ele toda a glória!
Reverendo Márcio Willian Chaveiro




[1] http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/terror-islamico-deixa-ao-menos-12-mortos-em-paris
[2] http://infograficos.oglobo.globo.com/mundo/ataque-a-revista-deixa-mortos-em-paris.html
[3] O Alcorão, traduzido por Mansour Challita, Associação Cultural Internacional Gibran.
[4] O Alcorão, p. 10
[5] http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-o-pais-com-mais-ateus-no-mundo
[6] DAWKIS, Richard, Deus um delírio, Editora Companhia das Letras, pp.18-19
[7] http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/consultorio/viva-a-charlie-hebdo-caricatura-charge-cartum/
[8] http://www.significados.com.br/democracia/

Nenhum comentário:

Postar um comentário