sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O QUANTO A TECNOLOGIA TEM NOS APROXIMADO UNS DOS OUTROS?


Sempre gostei de assistir filmes e tirar deles lições para minha vida. São frases, cenas, histórias e estórias, que podem ilustrar muitas realidades vividas na fé. Além disso, gosto muito de observar a ideologia do filme e retirar dessa observação aprendizados de coisas boas e ruins.
Em 2008 foi lançado no cinema o filme Wall-E, dirigido pelo diretor Andrew Stanton[1].  Nesse filme é mostrado uma humanidade vivendo em uma nave no espaço em 2805, por terem abandonado a terra há 700 anos, devido a impossibilidade de continuar vivendo nela, em razão dos gases e poluentes. A terra naquela ocasião tornara um deposito de lixo e totalmente inóspita para a humanidade. É nesse deposito que vivia o simpático robô “Wall-E” que desempenhava bem o seu papel de organizar a bagunça causada pelo lixo trazido por naves dos humanos. Em um certo momento, o robozinho Wall-E se apaixona pela robô Eva e movido pelo “amor” consegue entrar na nave dos humanos para seguir sua amada. Na nave, o diretor Andrew Stanton retrata bem a situação dos tripulantes que nasceram e cresceram dentro de uma nave: todos obesos, sentados diariamente em uma cadeira, não sabem andar, a sensação de tocar o outro, o prazer de sentir a terra em seus pés e mãos, respirar um ar puro e não artificial, absolutamente interligados pela tecnologia, mas completamente afastados um dos outros fisicamente, completamente distantes existencialmente uns dos outros!
O que o filme retrata é a nossa realidade e relação com a tecnologia. Ela é muito importante e preciosa para nossa vida no século XXI! As crianças antes de aprender a andar já sabem manusear um celular de alta tecnologia! Os idosos acessam internet, utilizam celulares com o melhor processador possível, com dois ou mais nano chips! Hoje ficar sem a tecnologia é impensável e pode até causar “depressão”!
 A tecnologia facilita a nossa vida diária em muitos aspectos e de muitas maneiras. Contudo, ela nos influencia a ser impacientes, imediatistas e materialistas! A facilidade que temos a nossa disposição nos acostuma a ter tudo muito rápido e fácil, refletindo naturalmente nas emoções e nas relações sociais. A ansiedade é uma epidemia mundial, produzido por essa ânsia de ver tudo ocorrendo rapidamente, e o contato social, o diálogo, tem sido cada vez mais prejudicado.
O contato social é progressivamente transformado pelas redes sociais, como face bock, watsApp, distanciando fisicamente as pessoas. Dentro das casas, os cônjuges se comunicam por watsApp, mesmo estando um do lado do outro!  A maioria das pessoas andam pelas ruas de cabeça baixa enviando mensagens e sendo impedidas por esses aplicativos de “enxergar o outro”! É substituído o contato físico e a conversa face a face, pelo contato virtual, como bem retratou o filme de Andrew Stanton!
Lembro-me quando era criança, na década de 80 e começo da década de 90, que minha mãe avó me levava as vezes para a fazenda que moravam parentes próximos dela. Era uma casa muito simples, construída com galhos de arvores que é conhecido em Goiás como “casa de pau a pique”[2], colchões preenchidos com palha de milho, o local sem energia, iluminado pela luz de lamparina! Algo impensável hoje! No final do dia, a única coisa que podia ser feito era conversar a beira do fogão a lenha sobre “assombrações”, a conversa predileta na roça! O que causava medo para dormir depois em todos nós, porque podíamos ver o quintal pelas brechas da casa! Mas, apesar de toda a simplicidade daqueles momentos e circunstâncias, existia alegria, porque tinha dialogo, conversas entre parentes e amigos face a face! A televisão iniciou essa separação nos lares e a internet com o computador e celulares, tem consumado essa separação social!
Reverendo Márcio Willian Chaveiro



[1] http://www.adorocinema.com/filmes/filme-123734/creditos/
[2] http://pt.wikipedia.org/wiki/Pau_a_pique

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